Tesouro em vasos de argila
15/08/2014 01:13
HOJE, DIA 16/AGOSTO/SEXTA-FEIRA, A NOSSA LECTIO DIVINA É COM O EVANGELHO:
MT 19, 3-12 ( INDISSOLUBILIDADE DO MATRIMÔNIO ). VEJA NA COLUNA À SUA ESQUERDA(PAG. INICIAL)
Amado(a) de nosso Bom Deus.
“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo.” (cf. Mt 13, 44)
Talvez você esteja se perguntando, como eu: “Mas nós já não ouvimos esta passagem bíblica recentemente?” Sim, ouvimos. E se nossa Mãe Igreja insiste em colocá-la, novamente, é sinal de que ela é muito importante e devemos dar-lhe a devida atenção.
A liturgia de hoje nos trás três lições básicas:
01) O valor do tesouro; 02) A alegria do encontro; 03) A coragem de deixar tudo para tê-lo.
Recordei-me, agora, da canção: “Buscai primeiro o Reino de Deus... aleluia!” (cf. Mt 06,33 )
O Reino de Deus em primeiro lugar, justamente porque as duas parábolas, de hoje, vistas, anteriormente, neste 17° Domingo do Tempo Comum, nos falam do Reino de Deus, que ao ser “encontrado”, provoca uma grande alegria, a ponto de a pessoa colocar todos os seus valores em segundo plano.(cf. Mt 10,37 - Quem ama pai e mãe mais do que a mim...) Ou como lixo, na visão do Apóstolo São Paulo, expondo-se aos cristãos da comunidade de Filipos. (cf. Fl 3,7-9 )
Dentro da proposta de caminharmos na metodologia da “lectio divina”, aprendi a observar: “ordens e promessas, princípios eternos e mensagens.” Exemplificando: a ordem de Deus, nesse contexto bíblico é “buscar, em primeiro lugar, o Reino de Deus.” (cf. v.33) Conseqüentemente, logo a seguir lemos: ... “e todas as coisas vos serão dadas por acréscimo isso é promessa.” (cf. v.33)
Reflita comigo: “Nós já recebemos este acréscimo, antes mesmo de entrarmos para a aventura de colaborar na construção do Reino de Jesus, O Rei do Universo.” Recebemos o dom da vida, e com ela todas as coisas belas que nos surpreendem a cada amanhecer. Portanto, é mais do que obrigação “buscar o Reino de Deus e sua justiça.” É semelhante ao operário que recebe seu salário no inicio do mês, antes de trabalhar. Seria injusto e desonesto ele não trabalhar, ou “fazer hora”, já que recebe o salário antecipado.
Vamos enriquecer nossa “lectio divina” com a “Parábola dos talentos, (cf. Mt 25, 14-30).” Nesta parábola percebemos que cada um recebeu, de acordo com suas capacidades. Uns mais e outros menos, mas todos receberam. Ninguém vai poder dizer, na hora da prestação de contas, no dia do juízo final, que não recebeu nada.
Aplicando ao nosso dia a dia veremos que somos mais que vencedores. Somos ricos, mas muitas vezes mendigamos “bijuterias baratas e falsificadas”, tendo jóias preciosas e diamantes à nossa disposição. Temos tudo e murmuramos, como o povo que caminhava para a terra prometida. Era real a dificuldade em pleno deserto, mas já não eram mais escravos dos egípcios. Faltou-lhes, contudo, a confiança na promessa de Deus. Por isso sofreram com as serpentes venenosas, que até então não os picava, porque a Deus os protegia. Mas ao se arrependerem foi lhes dado o sinal, levantado na haste, do Cristo Salvador. (cf. Nm 21 )
Cantemos: “Eu creio nas promessas de Deus... se sou fiel no pouco...” ( Eugênio Jorge)
Na primeira leitura deste 17º DTC, onde vimos esse mesmo evangelho de hoje, com o acréscimo da pesca, como sinal do Reino de Deus, e da separação dos peixes, Deus diz a Salomão: "Peça-me o que quiser, e eu darei a você". (cf. 1 Rs 3,5)
Oração de Salomão: "Agora, Senhor, meu Deus, fizeste o teu servo reinar em lugar de meu pai, Davi. Mas eu não passo de um jovem e não sei o que fazer. Teu servo está aqui no meio do povo que escolheste, um povo tão grande que nem se pode contar. Dá, pois, ao teu servo um coração cheio de discernimento para governar o teu povo e capaz de distinguir entre o bem e o mal. Pois quem pode governar este teu grande povo?" (cf. 1 Rs 3, 7-9)
Diante de tal responsabilidade, que O Bom Deus nos confiou, confiemos na Providência do Bom Patrão que nos pagou adiantado e não deixa faltar o necessário para o nosso sustento (cf. Mt 6, 24-34). Cem vezes mais, o cêntuplo é o que Ele promete aos que o servem (cf.Mt 19, 23-30). Maior que o Reinado de Salomão, é o Reinado que nos coube administrar, até a vinda do Rei. (cf. Lc 16, 1-15)
Não decepcionemos Aquele que tanto confia em nós. Sirvamo-Lo em santidade e justiça enquanto perdurarem nossos dias. (cf. Lc 1, 74-75: Cântico de Zacarias). Se em algum momento da vida faltamos com a fé, e permanecemos mudos, igual Zacarias, como conseqüência de nossa incredulidade... agora é a hora de proclamar seu nome sobre os telhados das casas e dos "shoppings" da vida. (cf. Mt 10,27)
Um dia abençoado e frutuoso a todos(as) que se reconhecem vasos de argila, mas portadores do “tesouro do Rei.” Sozinhos, nada podemos, mas, em comunidade, na comunhão dos santos e com a ajuda de nosso Anjo da guarda, chegaremos lá.
Odair Panhosi – sacerdote diocesano – Palmas-to
"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, Se a ti me confiou a piedade divina.
sempre me rege, me guarda, me governa e me ilumina. Amém."