Mensagem por ocasião das eleições 2014: Pensando o Brasil

01/09/2014 11:47

Desafios diante das eleições 2014

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil divulgou na sexta-feira, , durante entrevista coletiva, a mensagem "Pensando o Brasil: desafios diante das eleições 2014", aprovada pelos bispos do Brasil reunidos na 52ª Assembleia Geral, em Aparecida (SP). Atenderam a imprensa o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis; o arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente, dom José Belisário; o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral, dom Leonardo Steiner. 

Na entrevista, cardeal Raymundo Damasceno Assis explicou que o texto "contém importantes reflexões para os cristãos e para toda a sociedade" que neste ano irão eleger presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. "Com este texto, fazemos uma convocação aos brasileiros para que exerçam o voto de forma consciente", exortou.

Dom Damasceno destacou três pontos fundamentais do texto: participação consciente nas eleições; a necessidade de conhecer os candidatos, sua história, e quais princípios e valores eles praticam e defendem; buscar candidatos que tenham compromisso com tantas reformas necessárias no país, especialmente a Reforma Política, que tem apoio da CNBB e outras entidades.

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

52ª Assembleia Geral - Aparecida - SP, 30 de abril a 9 de maio de 2014 - 20/52ª AG(Doc)

PENSANDO O BRASIL: DESAFIOS DIANTE DAS ELEIÇÕES 2014

 DESAFIOS DA REALIDADE SOCIOPOLÍTICA

 

 1. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entende que é responsabilidade de

todo cidadão, participar, conscientemente, da escolha de seus representantes. Para os

cristãos tal escolha deve ser iluminada pela fé e pelo amor cristãos, os quais exigem a

universalização do acesso às condições necessárias para a vida digna de filhos de Deus.

Afinal, “ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das

pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a

saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que

interessam aos cidadãos. Uma fé autêntica – que nunca é cómoda nem individualista –

comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra

um pouco melhor depois da nossa passagem por ela”1

2. Nossa fé requer que “todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Ao

contrário disso, constatamos que irmãos nossos têm sido maltratados e muitos, inclusive,

perderam e continuam perdendo a vida à espera de serviços públicos. Enquanto isso,

outros se corrompem e enriquecem com recursos que deveriam ser destinados a políticas

que atendam às necessidades do povo. Os meses que antecedem as eleições constituem

um momento privilegiado para a reflexão sobre tais situações injustas que se alastram no

País. É uma oportunidade para anunciar qual é o plano de Deus para seus filhos. Somos

chamados a empenhar-nos em viver o evangelho do Reino na esperança de vê-lo

antecipado na terra, ainda que sob o signo da Cruz. Isso exige que trabalhemos pela

superação dos sofrimentos atrozes vividos por aqueles que são sistematicamente excluídos

e que não se veem respeitados em sua dignidade de pessoa humana.

 

3. As eleições que ocorrerão em outubro deste ano se revestem de um significado especial

para o País. Os cristãos comprometidos com a vivência de sua fé e todos os homens e

mulheres de boa vontade são chamados a ações mais efetivas. Nesta eleição, pessoas que

já tiveram condenação judicial em segunda instância estarão impedidas de se

apresentarem como candidatas. Esse fato – resultado da chamada “Lei da Ficha Limpa”

(Lei 135/210) – um fruto da mobilização e da participação política dos brasileiros que, no

exercício de sua cidadania, fizeram valer seu desejo de não serem representados por quem

não encarne os valores da ética e do compromisso com a sociedade. Essa lei criou a

possibilidade de uma efetiva renovação, já que vários políticos – acostumados a usar

cargos eletivos como profissão e a se beneficiarem do exercício de suas funções para

proveito próprio e não como serviço ao público – estarão, agora, forçados a deixar a

disputa eleitoral. Esta é uma importante conquista para a democracia brasileira.

 

4. Desta vez os cidadãos brasileiros vão às urnas depois das significativas manifestações de

junho e julho de 2013, quando milhares de pessoas ocuparam as ruas exigindo melhores

serviços de transporte, de saúde, de educação, além de outras tantas demandas por

políticas públicas realmente comprometidas com os interesses populares. Destaca-se no

“discurso das ruas”, também, a insatisfação com a maneira como políticos eleitos vêm

exercendo o poder, distanciados das necessidades da população, fazendo da política um

1 -  Papa Francisco. Evangelii Gaudium. Brasília: Ed. CNBB, 2013, n. 183.

FONTE: SITE DA CNBB

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